Local: Observatório Leonel Moro (Campo Magro)
Data: 08/10/2004 (sexta-feira)
Horário de início: 19h45m
Participantes:
– Guilherme Marques dos Santos Silva
– Mário Sérgio Teixeira de Freitas
Antecipadamente, o prof. Amauri telefonou para o Sr. Izaltino avisando sobre a atividade e permitindo o acesso dos participantes ao local.
Condições de observação:
Fase da Lua em final de minguante; temperatura confortável e céu com boa transparência. Infelizmente, próximo às 21h, um nevoeiro espesso avançou rapidamente vindo de sudeste e se espalhou por todo o céu. Depois de esperar mais 50 minutos, os participantes encerraram a atividade.
Constelações visíveis no horizonte:
Musca, Centaurus, Lupus (sudoeste); Scorpius, Ophiuccus (oeste); Hercules, Lyra (noroeste); Cygnus, Lacerta (norte), Andromeda, Aries (nordeste); Cetus (leste); Eridanus (sudeste). O arquivo em anexo traz a projeção da esfera celeste sobre o horizonte local para as 20h30m.
Instrumentos utilizados:
– Telescópio de 150mm em montagem dobsoniana (OACEP)
– Binóculo Dia Stone 11×80 (Mário)
– Binóculo Fujinon 16×70 (Guilherme)
– Câmara Sony DSC-W1 5.1MP (Guilherme)
Conforme as disposições atuais sobre visitas ao observatório, na ausência do prof. Amauri não deve ser acessada a cúpula com o telescópio em montagem equatorial.
Neste dia o céu visto às 20:30 foi este mostrado abaixo
Roteiro de Observação
1. Foi avaliado detalhadamente o desempenho dos 2 grandes binóculos, adquiridos recentemente pelos participantes. Como um primeiro teste, foi apontado o asterismo “Coathanger” (Collinder 399, ou “Cabide”, na Vulpecula): além das 10 estrelas mais pronunciadas, foi revelado um número surpreendente de estrelas menos brilhantes, inédito em observações com binóculo feitas até então por membros do CACEP. Mostraram-se também claramente distinguíveis ao binóculo os objetos M31 (galáxia de Andrômeda, a menos de 10° do horizonte), M27 (nebulosa do Haltere), NGC7293 (nebulosa da Hélice) e NGC253 (galáxia do Sculptor). A Pequena Nuvem de Magalhães (NGC292), a mais de 30° do horizonte, não foi distinguível, certamente devido à falta de contraste causada pela poluição luminosa ao sul. Revelaram detalhes especialmente ricos os objetos usualmente visíveis com binóculos menores, como NGC104 (aglomerado globular em Tucana), M7 e M6 (aglomerados abertos em Scorpius) e M8 (nebulosa da Lagoa com aglomerado aberto NGC6530 em Sagittarius), assim como a região do núcleo da Via-Láctea e o braço que se estende pelas constelações Scutum, Aquila e Cygnus. Acidentalmente, enquanto era rastreada a região da Vulpecula, um satélite artificial cruzou o campo em órbita aproximadamente meridiana (sentido norte-sul) e foi acompanhado ao binóculo, tendo sido posteriormente identificado, com auxílio do programa “Starry Night”, como Iridium 911.
2. Foram tomadas imagens fotográficas de campo amplo, iniciando a sequência pelas constelações que se ocultariam mais cedo. Não estando disponível acompanhamento, as exposições limitaram-se a 15 segundos e a 30 segundos. Como as atividades foram interrompidas pelo surgimento do nevoeiro, apenas as regiões do horizonte oeste foram registradas:
a) Scorpius, Lupus e imediações (tomada feita com f2.8 em sequências de 4 fotos de 15 segundos, alinhadas e estaqueadas com o auxílio do programa FitsX-trial version) – algumas estrelas registradas no limite de visibilidade tiveram sua magnitude aparente verificada mediante o programa “Starry Night”: HIP81803 (6,5); HIP81208 (6,6); HIP85641 (6,7). Está bastante nítido o objeto M7 (aglomerado aberto de Ptolomeu), e mais fracamente perceptível o M6 (aglomerado aberto da Borboleta). Abaixo temos o mapa para reconhecimento do campo estrelado e a foto da respectiva região do céu.
b) Scorpius e núcleo da Via-Láctea (tomada feita com f2.8 em foto única de 30 segundos, tratados com o auxílio do programa Registax2) – além de os objetos de espaço profundo estarem bem mais pronunciados que na foto anterior (NGC6530, M6 e M7), as estrelas registradas alcançam magnitudes mais altas, verificadas com o programa “Starry Night”: HIP81335 (6,9); HIP85745 (7.1); HIP84881 (7,2); HIP80024 (7,3); HIP79897 (7,5). Estrelas menos brilhantes têm sua imagem confundida com o ruído. Abaixo temos o mapa para reconhecimento do campo estrelado e dos objetos de espaço profundo e a foto registrada.
3. Observação ao telescópio de 150mm de um objeto ainda não registrado em atividades do CACEP. Trata-se do aglomerado globular M80 em Scorpius, próximo a Antares. Informações mais detalhadas sobre esse objeto podem ser encontradas no endereço: https://www.maa.clell.de/Messier/E/m080.html
O instrumento foi também apontado para objetos já registrados em atividades anteriores do CACEP, como o aglomerado globular M14 em Ophiuccus. Abaixo temos o mapa para localização o aglomerado globular M80 em Scorpius.
Conclusão: Considerando o intervalo relativamente curto disponível para a atividade, a ida ao observatório rendeu resultados satisfatórios. Grande parte do planejamento da observação, feito com antecedência, poderá ser empregado numa próxima oportunidade. Levando em conta as más condições meteorológicas usuais na região de Curitiba, é importante que, quando haja disponibilidade de alguns membros do CACEP durante a semana, sejam aproveitadas as noites favoráveis a observações astronômicas.
Relatório escrito por:
- Mário Sérgio Teixeira de Freitas